Alguns doces são processados
na boca,
pela saliva.
Outros, na epiderme da memória...
Doces que exigem – não do teu cérebro –
ou pâncreas,
mas daquela vaga coração...
Doces há – feitos em manteiga,
que se desenrolam no tempo.
Vários rápidos de frigideira, caramelos,
açúcar tornado cristal
Há ainda – obrigada Shiva, por estes,
Doces recheados de lua cheia,
doces processados na pele...
Doces sem nome
Sem receita
Doces
saboreados, necessariamente,
naquele tempo dúbio
sempre curto demais
ainda que deixá-los derreter signifique reconhecer
que não deveriam terminar jamais...
doces de quentura e canela,
de recheios tão desconhecidos quanto familiares,
doces infinitamente doces
de doçura que açúcar nenhum é capaz de prover.