que ainda não acordei
é melhor que todos pensem
que ainda estou morta
enquanto apodreço
desapego
num mundo visível
me perco entre mil gentes
mil risadas
das casas alheias
mil ternuras
amargas
envelhecidas
de estação em estação
relógio sem areia
sem tempo
apenas dor
de vidro quebrado
pedaços perdidos
na areia do mar
nu
sem coragem de ver
com demais para sentir
envolto em sal
na areia
brancura
transparente
tuas vísceras são roxas
teu desespero vermelho
meus olhos também
pedaço do mar.
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