sábado, 31 de dezembro de 2011

havia a fala do desejo
e o desejo cuja fala não alcançava

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


uma coisa aprendi
dos momentos em que
te quis
me quiseste
não há felicidade maior
que desejos em uníssono
esse vento que nos leva se chama amor
chama da liberdade

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

para Vinicius

Alguns falam do que não viram
do que quiseram ter vivido
desejariam ter querido
[e tem o Vinicius...]

Por tudo isso,
fazem poesia.

Quem ousou viver em poesia
escreveu pelas estradas tortuosas da vida
encontros e desencontros
as dores e perdas de amar e viver
de viver para amar
e amar para esquecer...
[Vinicius]

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

se era a maciez da pele ou o aroma
de ervas nos cabelos não sabia
sutil quase imperceptível que aos poucos 
reconhecia como o ar que respirava

desejando algo de que não sabia
de duas noites que passou nos braços
descobriu-se em lugar que desconhecia

ele lhe dizia que era pura
ela na presença dele se sentia
pura aquela ela que era com ele

sábado, 12 de novembro de 2011

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

solidão com cheiro de vento
invento com gosto de mar

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Estética de salto alto, ou moda é coisa séria!


Alguns dizem que moda é assunto sério. Destes, alguns consideram que a moda é séria por ser um setor que movimenta bilhões de dólares a cada ano entre produtos diretos e indiretos. Pelo menos na década de 80, quando o mundo da moda tentava ser reconhecido por setores onde até então era bastante discriminada, a academia, por exemplo, esse discurso era necessário. Hoje, tal discurso não está à altura da seriedade disto que chamamos moda. Pensar em cifras é pouco mais do que dizer que a moda é séria porque “dá dinheiro”.
Em outra perspectiva, a seriedade da moda reside, nos dias de hoje principalmente, na recuperação de estéticas. Refiro-me  ao fato de que, num mundo que se atualiza cada ver mais rápido, estéticas morrem todos os dias. Refiro-me a uma ampla maneira de olhar, entender e significar o mundo através da forma. Casas antigas com seus espaços particulares que cedem lugar a edifícios “modernos”; desenhos de carros que se tornam obsoletos; idiomas de pequenas populações que se extinguem, são, afinal, morte de poesia. Sim, poesia!
Há pelo menos um episódio antológico em termos de moda de Sex and the City, em que Carrie dá uma lição de poesia ao ler na revista Vogue a descrição de um vestido pink de Oscar de La Renta.

http://www.youtube.com/watch?v=p79mqnk15dQ


Modos de ver, significar e dar forma ao mundo se perdem todos os dias. Por isso, a moda é assunto sério! Miuccia Prada, por exemplo, nos desfiles da coleção primavera-verão 2012 da Miu Miu, assim como em tantas outras de suas coleções, faz o que outros podem julgar impossível: recupera estéticas! E, brilhantemente na maior parte das vezes, parece mostrar aos desavisados: “Reparem, isso que vocês acham démodé tem mais valor do que vocês são capazes de perceber!”.
Touché, aqui estou maravilhada relembrando as saias que minha mãe, minhas tias e avós vestiam na minha infância...
Para conhecer a coleção: 

domingo, 9 de outubro de 2011

you just accept
you just stay
where you are
 - aquele lugar do amor dentro de ti - 
that's all

domingo, 2 de outubro de 2011

fios em rios
melancolia fluída
de tempos em tempos
toda tradução dá vazão
à não razão
todos os cortes
em vidro
em água
unem sentidos,
desunem
 estabilidades prévias
o lugar do encontro na pele
a parte do esquecimento
no corpo
era a memória 
tornado-se um não lugar

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

domingo, 28 de agosto de 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

aquele vento 
parecia soprar de outros tempos
- trazia lembranças esquecidas - 
que nome será que teriam
as memórias do desejo?
memórias banhadas
em água salgada...

quarta-feira, 27 de julho de 2011






















Albrecht Dürer é um dos meus artistas preferidos. Tanto pela beleza de sua obra como pela sua personalidade. Observador e estudiodo incasável para quem a arte era, sobretudo, meio de conhecimento do mundo. E arte também era um mundo a ser conhecido, desbravado. O que dizer de um sujeito que percorreu a pé, por duas vezes a distância do sul da Alemanha até a Itália na tentativa de conhecer a "perspectiva italiana". Geheimliche Perspektive, dizia ele sobre o segredo que descobriu sozinho.
Há alguns anos atrás, ganhei de presente de um amigo, um livro editado em 1970 no qual Wölfflin apresenta e comenta os desenhos de Dürer. Fascinada mais uma vez pelos desenhos, comecei a traduzir este texto, cujo link segue abaixo: 

http://issuu.com/palavraimagem/docs/ana_beck_duerer_por_woelfflin__2011

Para quem quizer conhecer mais trabalhos do Dürer, sugiro estes sites, que são impressionantemente completos e pelos quais já se tem uma boa idéia da dedicação incansável de Dürer:

http://www.albrecht-durer.org/

https://www.artsy.net/artist/albrecht-durer

terça-feira, 26 de julho de 2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011

being naked
my soul at the rain
feeling traces
of touch
listening to everything
but your eyes
looking at everything
but your voice
stuck in traffic
just glimpses of light
and raindrops
in my windshields

domingo, 10 de julho de 2011

perda de tempo querer explicar a sinceridade
ou mesmo uma piada
ou a linha que separa os dois
cada leitor

o que quer
o que pode
o que projeta
lê a si
mais do que aos outros.

sábado, 25 de junho de 2011

Derramar-se em palavras
desejos alados
Tanta esperança asilada
tanto ato refém
da falta de esperança de alguém
Algum outro que eu mesma?
Ou algum pedaço de mim...

Não perder a esperança dói
acaricia minha face
com minha própria mão
não há nada mais aqui
que o futuro de uma lembrança
tristeza que não seja amarga

Ao final,
deveríamos todos viver
apenas de fazer pão e vinho.