domingo, 24 de maio de 2015

End of sight - by David Ringsbee

At first I thought of the leaves:
soon only backlit, except for streetlampsí
ambient blank.  But then I noticed 
cars moving between trees 
and on the next block, porch lights 
and lighted windows half given 
over to blinds.  Finally the last
in the harvest of lightning bugsó
just one or two, really, like tugboats
into some depth (once a regression 
of poppies swallowed by the infinite)ó
went out in time to draw the ear in
to the soughing of the treetops
and a private plane somewhere,
invisible, pulling its weight.
And that pulled the eyes after it, up, 
beyond the darkened green to the smooth, 
featureless presence of the sky, 
until they were finally on their own 
and useless at the same time,
as if the end of sight were 
the point of sight.

sábado, 23 de maio de 2015

Eddy Ilunga Kamuanga






Eddy Ilunga Kamuanga's works at the Exibithion Pagaea II
at the Saatchi Gallery.
Obras de Eddy Ilunga Kamuanga em exibição na exposição Pangaea II 
na Saatchi Gallery.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Boris Nzebo










Boris Nzebo's works at the Exibithion Pagaea II
at the Saatchi Gallery.
Obras de Boris Nzebo em exibição na exposição Pangaea II 
na Saatchi Gallery.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Valquíria

Valquíria quer mais vinho. Mais, mais vinho. Valquíria fria parada no tempo. Vendo o tempo repetir. Olha pela janela, olha a chuva fininha contra as paredes brancas. Embora chova, o céu tem claridade intensa... Valquíria enrolada em um cobertor, sentada junto à soleira da porta, sentindo frio, o coração descompassado. Calor ao mesmo tempo. Valquíria ouvindo o ruído que vem do quarto ao lado, vendo a chuva cair fininha sobre a grama, sobre as árvores de verão com folhas de vários tons diferentes. Valquíria querendo sentir dor. Valquíria quer mais vinho, quer mais tempo, quer mais sexo. Mais discussões mesquinhas em cuja teimosia esconde seu desejo de si mesma. Valquíria quer mais álcool e mais dor. Valquíria quer aquela dor daquele sexo rápido e sem palavras, de estar transando com teu amante enquanto dormes no quarto ao lado. E Valquíria quase disse, em meio á bebedeira, que queria ter teu filho. A chuva passou rápido, rápido como seu desejo. Desejo de correr na chuva. Aquela, aquela durou quase o dia inteiro, entre uma pequena angústia e outra partida de baralho. Valquíria quer álcool e barulho. Valquíria quer te matar.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Ephrem Solomon













Ephrem Solomon's works at the Exibithion Pagaea II
at the Saatchi Gallery.
Obras de Ephrem Solomons em exibição na exposição Pangaea II na Saatchi Gallery.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

e também poderia ter sido no dia em que Léo casou...

Aquilo tudo parecia muito inusitado e pretensioso. Cheirava a comida requentada. Sua cabeça, sua cabeça doía muito. As pílulas... será que as pílulas fariam efeito? Olhou-se no espelho, seu rosto nunca fora tão belo. Parecia que estava de porre ha três dias. Os cabelos caiam pesados em frente a seus olhos. Deixou-se cair, os olhos doíam. Dormiu sobre as folhas do manuscrito. Esse, onde estas linhas estão escritas.

O adeus nunca fora autêntico, era faz de conta, como a brincadeira de contar histórias para seu amado adormecido. Era como a melancolia do desejo e das lágrimas desmaterializadas. Um grande jogo esperando pela próxima jogada. Apenas em seus pensamentos ela era ensaiada. O medo do sofrimento, do sangue e da imaginação; seu amigo e o amante em tesão, desmaterializava-se pouco a pouco. Pouco a pouco seu corpo apodrecia, o útero escorria, e os peitos murchavam. Naquela idade já estava cega e lia as palavras. Uma jovem lhe contara sua história de outra encarnação. A sina de poder apenas escrever sua própria história era o preço do manuscrito. O desespero que fazia a mão deslizar pelo papel, o preço da capa de couro com letras douradas. O sono de menino velado pela mãe sempre estivera distante. Nos seus braços era apenas tremor, terror, pesadelos e decepção. Era o umbigo de laranja estéril. Nas folhas que não pertenciam ao manuscrito escreveu – recopiou. Pois todas as outras palavras jaziam perdidas. As palavras, as palavras que nunca são ditas, mas que são a única verdade plausível dão medo, amedrontam e são serenas. Já podia deixa-las flutuar sem sentir dor. O verbo, afinal não existia, tampouco sonhos. Apenas a fria, por vezes requentada realidade do dia a dia. A falta de espaço, espaço infinito dentro de nós. Palavras que não se sustentavam sozinhas, que pediam a confirmação do olhar, do corpo e do resto de lembranças e desejo adormecido. A sopa esfria na mesa de jantar. Só são corajosas porque não pedem nem dão explicação. Única coisa viva além da soleira da porta. A porta era uma brincadeira de criança. Era o medo do portão. Do lado de fora. Era apenas desconcertante ilusão. Por baixo dela chegavam palavras, chegavam sussurros, mas não se encontravam os corpos. No final de todas as linhas a palavra era – adeus. 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

it does
does not
it doesn’t interfere
does not make any difference at all
there is nothing else
but air, thin time
dust
between you and me
everything unfold
folded like fresh linen
dark blue cotton linens under the bed
under everyday
every sunshine which touched my skin
my body lying on your bed
and you told me
oh yes you told me
– give yourself to me.
And, oh yes, so I did.
Did you see?
no, you probably didn’t.
as much as you don’t know when the trash truck comes
you did not notice at all
that point exactly where the sun falls down
there where night rises
and it might even be
that you didn't even see
no you didn’t see at all
all the love there was there
all that was given to you to me.
yes I told you as I folded your shirts
guitar magazine oriented
how so much of it all
would always surpass
whatever effort we had made
because the beauty lied within
besides being unpredictable
being given
not taken, nor granted
like all love should live.