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sábado, 26 de outubro de 2013
Paisagens do silêncio em Leonilson e Louise Bourgeois
"Ouvir a pedra, ouvir o traço mesmo do lápis sobre o papel, coloca em perspectiva que o artista precisa, em alguns momentos, calar-se. Se é conversação o que a artista busca estabelecer em termos de relação com o material; então esta conversa é realizada na medida em que tece falas e escutas, afirmações e silêncios. A paisagem de silêncios de Louise evoca, por um lado, a impossibilidade de todos nós de comunicarmos verbalmente o inconsciente e os desejos. Mas, por outro lado, evoca a presença do silêncio na fala. O que a princípio pode parecer uma falha, um problema – a impossibilidade de comunicar – rasga o tempo da afirmação autoral ao abrir espaço para a escuta. A potência da escuta, na falência da língua, torna-se marca gravada na pedra."
Comunicação apresentada no II Colóquio Literatura e Paisagem e II Colóquio Internacional Interdisciplinar Literatura, Viagens e Turismo Cultural no Brasil, na França e em Portugal, ocorrido no Rio de Janeiro em Outubro de 2013. Para ler na íntegra, acesse:
http://issuu.com/palavraimagem/docs/ana_lucia_beck_paisagens_do_sil__nc
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quarta-feira, 27 de julho de 2011
Albrecht Dürer é um dos meus artistas preferidos. Tanto pela beleza de sua obra como pela sua personalidade. Observador e estudiodo incasável para quem a arte era, sobretudo, meio de conhecimento do mundo. E arte também era um mundo a ser conhecido, desbravado. O que dizer de um sujeito que percorreu a pé, por duas vezes a distância do sul da Alemanha até a Itália na tentativa de conhecer a "perspectiva italiana". Geheimliche Perspektive, dizia ele sobre o segredo que descobriu sozinho.
Há alguns anos atrás, ganhei de presente de um amigo, um livro editado em 1970 no qual Wölfflin apresenta e comenta os desenhos de Dürer. Fascinada mais uma vez pelos desenhos, comecei a traduzir este texto, cujo link segue abaixo:
http://issuu.com/palavraimagem/docs/ana_beck_duerer_por_woelfflin__2011
Para quem quizer conhecer mais trabalhos do Dürer, sugiro estes sites, que são impressionantemente completos e pelos quais já se tem uma boa idéia da dedicação incansável de Dürer:
http://www.albrecht-durer.org/
https://www.artsy.net/artist/albrecht-durer
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sábado, 18 de dezembro de 2010
Jonathas de Andrade
Educação para adultos – Bienal de São Paulo, 2010
O trabalho baseia-se numa série de cartazes realizados segundo o método de alfabetização de Paulo Freire, para o qual desenvolveram-se cartazes para a alfabetização de adultos. O artista recria este material – utilizado por sua mãe que era professora entre as décadas de 70 e 90, com a ajuda de um grupo de alunas, refazendo os cartazes a partir da escolha de novas palavras e da escolha e produção de novas imagens. Os cartazes assemelham-se portanto aos livros utilizados para alfabetização, também em idiomas estrangeiros, nos quais palavras são apresentadas abaixo de imagens.
Os cartazes realizados para este trabalho apresentam também uma imagem fotográfica associada a uma palavra. Nas antigas cartilhas, a imagem era mera ilustração da palavra. A imagem era mimese da coisa e a palavra atributo da coisa. Tal era o entendimento desta relação na tradição clássica.
Esse “sistema” de relação entre palavra e imagem é referenciado, mas também subvertido pelo trabalho de Jonathas. Se algumas imagens podem ser consideradas ilustração da palavra, como é o caso da palavra comida (que exibe um prato cheio de arroz e feijão), há alguns casos em que fica claro que a imagem associada à palavra foi escolhida na medida em que a própria imagem foi localizada a partir de uma relação muito específica. Algumas imagens foram selecionadas a partir da associação de determinada palavra a uma realidade ou situação específica que pode ser associada mas não traduzida literalmente pela imagem.
Este jogo “subversivo” logo, poético, fica evidente sobretudo no uso da mesma imagem (4 homens tentando carregar um fardo) associada a duas diferentes palavras: UNIÃO e SAQUE.
Para além das questões políticas implícitas na realidade a que o trabalho e suas associações se referem, os cartazes apresentados por Jonathan remetem ao estatuto poético das palavras: palavras possuem sentidos particulares que subvertem significados instituídos. Outro cartaz que deixa evidente a associação da palavra e da imagem a contextos ou realidades específicas é o cartaz da palavra CONCURSO, associada à imagem de uma multidão tentando entrar por uma grade recém aberta. Ou mesmo a palavra BANHO, associada à imagem de um chafariz de praça pública. E a palavra CALÇADA, associada à imagem de trabalhadores uniformizados sentados na calçada, com as costas apoiadas num muro enquanto almoçam.
A calçada e o chafariz explicitam que não é o objeto em si, mas sim a função que o mesmo possui num determinado contexto social a responsável pela escolha associativa.
A função, num contexto específico, pode determinar a escolha num jogo que é, antes de qualquer outra coisa, puro jogo poético.
Para saber mais sobre o trabalho de Jonathan, acesse:
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terça-feira, 30 de novembro de 2010
Imagens Marginais
"Porém o dia em que a palavra do Filósofo justificasse os jogos marginais da imaginação desregrada, oh, então realmente o que estivesse à margem pularia para o centro, e do centro se perderia qualquer vestígio."
Umberto Eco - O Nome da Rosa.
Artigo recém publicado na revista As Partes, para saber mais, acesse:
http://issuu.com/palavraimagem/docs/imagens_marginais__ana_lucia_beck_2010_/1
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sábado, 4 de setembro de 2010
"No lado avesso, o trabalho se revela. Aqui, as palavras são tímidas, escondidas. Mesmo tímidas, configuram um conjunto verbal significativo que desdobra os sentidos primeiros das palavras. [...] “Eis meu coração”, dar. “Ele te pertence”, pertence a quem o recebe, não a quem o dá. “Ouro de artista é amar bastante” reveste-se de novo sentido: “amor de artista é doação”. E, nesse ponto, também o ouro adquire novo sentido: amor de doação é ouro. Ouro é amor de dádiva."
Trecho do artigo publicado na revista Porto Arte a respeito de duas obras de Leonilson (na imagem acima, Voilá mon coeur de Leonilson).
Para ler na íntegra, acesse minha página no ISSUE:
http://issuu.com/palavraimagem/docs/analuciabeck_leonilson_desdobramentos__portoarte
Ou acesse a versão digitalizada da revista:
http://seer.ufrgs.br/PortoArte/article/viewFile/27926/16535
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segunda-feira, 12 de julho de 2010
Mais Picasso
Num post anterior, falei da minha decepção com o Museu Picasso de Barcelona. Para equilibrar, vou mencionar o grande prazer que foi ver Guernica no Museu Reina Sofia de Madri.
http://www.museoreinasofia.es
Além da obra em si, e desconfio que em matéria de Picasso gosto mesmo de suas obras em preto e branco, que pode ser fotografada à vontade (sem flash, é claro), há no museu uma infinidade de desenhos e estudos feitos pelo Picasso antes de elaborar o resultado final. Confiram alguns detalhes de Guernica, abaixo:
http://www.museoreinasofia.es
Além da obra em si, e desconfio que em matéria de Picasso gosto mesmo de suas obras em preto e branco, que pode ser fotografada à vontade (sem flash, é claro), há no museu uma infinidade de desenhos e estudos feitos pelo Picasso antes de elaborar o resultado final. Confiram alguns detalhes de Guernica, abaixo:
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Dia desses me deparei com o trabalho da Kumi Yamashita, através de uma dica do meu irmão (confira no endereço ao final desta). Da página OBVIOUS retirei a imagem acima, a que me chamou mais a atenção dentre várias do trabalho da Kumi.
Lembrei-me imediatamente do trabalho do Anish Kapoor. Guardadas as devidas diferenças entre ambos, algo em ambos é evidente: trata-se de trabalhos que mobilizam - ou melhor - desestabilizam nossas "certezas".
Sempre acreditei que um bom trabalho de arte faz isto - mesmo quando o faz de maneira absolutamente singela como Kumi faz aqui. Um bom trabalho de arte nos faz repensar o que julgamos que sabemos. Ou, pelo menos, nos lembra do quanto podemos ser enganados quando emitimos julgamentos baseados naquilo que julgamos já conhecer.
No trabalho tão singelo - singeleza da simplicidade da forma - me lembrei, mais uma vez que tudo, absolutamente tudo que julgamos saber, que pensamos ou que vemos, pode ser outra coisa. Cada discurso - e formas também são discursos - contém um "avesso". Mesmo quando o avesso é negado, basta jogar um pouco de luz sobre a questão, e os insuspeitos, as vezes até mesmo as oposições, aparecem. Saber o que se diz, saber o que se ouve, saber o que se lê deveria ser, sempre, um saudável exercício de desconfiança de nós mesmos!
Para ver mais sobre o trabalhos da Kumi: http://obviousmag.org/archives/2010/04/projecao_de_sombras_-_kumi_yamashita.html
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