sábado, 25 de setembro de 2010






















durante 13 anos
das janelas de meu apartamento
via logo ali a poucos metros
dois ou três
as janelas da sala e do dormitório do prédio ao lado
quase geminado
de planta coincidente com a minha
cuja janela da sala
era na realidade uma porta de vidro
que se abria para uma pequena sacada
quase suspensa no ar
as janelas que via da minha janela
estavam sempre
sempre fechadas
até o dia em que
-  num domingo de manhã - 
vi a vizinha
pelo menos imaginei que fosse a habitante daquele apartamento
limpando quase virginianamente os vidros
foi impossível não sorrir
e pensar
com certo pesar
na importância dada à limpeza de um vidro
através do qual
nunca olhava...

sábado, 11 de setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Desenhos com alma...

há desenhos que são corretos;
eu prefiro os que têm alma.

sábado, 4 de setembro de 2010












esquecer é não
arrepender-se...
é deixar
cair feito gota de chuva
feito rolar na cama
voar no varal
da mente

Dança desenho - pedagogia em movimento


A prática no processo de ensino-aprendizagem em desenho, especificamente na disciplina de Desenho da Figura Humana, têm me proporcionado a reflexão a respeito de uma metodologia de ensino do desenho aliada à dança. A dança, o desenho, o movimento...
Para saber mais, acesse minha pagina:
http://issuu.com/palavraimagem/docs/danca_desenho__revista_mosaico_

Ou o link da revista O Mosaico:
http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/mosaico_3/DANCA_DESENHO.pdf 












  


"No lado avesso, o trabalho se revela. Aqui, as palavras são tímidas, escondidas. Mesmo tímidas, configuram um conjunto verbal significativo que desdobra os sentidos primeiros das palavras. [...] “Eis meu coração”, dar. “Ele te pertence”, pertence a quem o recebe, não a quem o dá. “Ouro de artista é amar bastante” reveste-se de novo sentido: “amor de artista é doação”. E, nesse ponto, também o ouro adquire novo sentido: amor de doação é ouro. Ouro é amor de dádiva."

Trecho do artigo publicado na revista Porto Arte a respeito de duas obras de Leonilson (na imagem acima, Voilá mon coeur de Leonilson).
Para ler na íntegra, acesse minha página no ISSUE:
http://issuu.com/palavraimagem/docs/analuciabeck_leonilson_desdobramentos__portoarte

Ou acesse a versão digitalizada da revista:
http://seer.ufrgs.br/PortoArte/article/viewFile/27926/16535

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Desenhos


O desenho não é, apenas, 
uma marca sobre uma superfície bidimensional. 
Desenho é movimento. 
Um desenho em filme. 

Agradeço ao Cristiano e ao Eduardo por torná-lo possível!
Desenho realizado em 26 de agosto de 2010 
na disciplina de Desenho da Figura Humana.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Palavras Fora de Lugar: Leonilson e a inserção de Palavras nas Artes Visuais

Em minha dissertação de mestrado, estudei o estatuto da palavra no poesia. Este estudo fundamentou uma reflexão a respeito da relação entre imagens e palavras em obras poéticas. Afinal, há uma importante parcela de imagem na linguagem verbal. Esta reflexão, inédita naquela época na crítica das artes visuais no País, permitiu-me uma leitura particular de um recorte da obra do artista plástico brasileiro José Leonilson Bezerra Dias (1957-1983). A imagem acima mostra uma das obras analisadas, O zig-zag (1991, Pérolas e renda sobre tecido, 32,0 x 22,0 cm). Para saber mais, acesse a dissertação:

http://issuu.com/palavraimagem/docs/palavras_fora_de_lugar


Para conhecer mais sobre a obra de Leonilson, acesse:

http://www.projetoleonilson.com.br/site.php

















O pensamento lhe ocorreu suavemente
trazido pela espuma de sabão

e se fossem também as primeiras lágrimas
que rolara por cada um que amara
parte de um rito?

parte de um exercício de pureza
de um limpar-se e entregar-se
um desprendimento de todo o passado
de toda vivência
experiência
de todas as marcas e feridas

imacular-se
lavar-se e enxaguar-se com água salmora
pendurar o coração para secar ao sol
pendurar-se ao vento
e dobrar-se com cuidado

depositar-se na prateleira de madeira
à espera
do momento.