sábado, 26 de outubro de 2013
Paisagens do silêncio em Leonilson e Louise Bourgeois
"Ouvir a pedra, ouvir o traço mesmo do lápis sobre o papel, coloca em perspectiva que o artista precisa, em alguns momentos, calar-se. Se é conversação o que a artista busca estabelecer em termos de relação com o material; então esta conversa é realizada na medida em que tece falas e escutas, afirmações e silêncios. A paisagem de silêncios de Louise evoca, por um lado, a impossibilidade de todos nós de comunicarmos verbalmente o inconsciente e os desejos. Mas, por outro lado, evoca a presença do silêncio na fala. O que a princípio pode parecer uma falha, um problema – a impossibilidade de comunicar – rasga o tempo da afirmação autoral ao abrir espaço para a escuta. A potência da escuta, na falência da língua, torna-se marca gravada na pedra."
Comunicação apresentada no II Colóquio Literatura e Paisagem e II Colóquio Internacional Interdisciplinar Literatura, Viagens e Turismo Cultural no Brasil, na França e em Portugal, ocorrido no Rio de Janeiro em Outubro de 2013. Para ler na íntegra, acesse:
http://issuu.com/palavraimagem/docs/ana_lucia_beck_paisagens_do_sil__nc
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