sábado, 13 de abril de 2013

aconchego é qualidade de chegada
diluem-se limites, fronteiras
em um mundo que perde a cada dia
chegar-se vagarinho
perde-se o espaço de diluição
entre ser e ter
entre estar e sentir
sim
permanecem em mim os jardins e minha infância
jardins de escuta da música ao longe
das tampas das panelas, das roupas no varal, do feijão no fogo,
das galinhas e ameixas da casa da vizinha
falta-me o espaço
de diluição
chegar não é oblíquo
carícia não é imposição
chegar-se
abraçar o silêncio
quanto aconchego havia
na distância
no silêncio
silêncios de pensamento
deixar-se estar nos braços do mundo

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