sábado, 26 de novembro de 2016

richmond

que possa ser sempre assim
que sendo eterno enquanto dure
seja doce na despedida
as sweet and sour as your absence
na dor da partida
intense as your unsuspected taste
recheado das luzes à beira do rio
in its infinite borders

its never ending sights...

terça-feira, 15 de novembro de 2016

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

domingo, 30 de outubro de 2016

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

sábado, 8 de outubro de 2016

sábado, 1 de outubro de 2016

One Box at a time

Maybe she had been unconsciously postponing opening remaining boxes, strangely enough mostly crystal and cd boxes. Boxes with precious golden things and mementos from foreign far away beaches; little glasses with sand, other slightly bigger with tiny sea shells and rocks. Those she might have still kept from the first time her mother had been in a far away beach with amazing voluptuous shells in tortuous designs from a beach near a convent, from the place where, she was told, that delicious chocolate was made. Those boxes with crystal glasses in all distinct sizes which had been part of her deceased aunt’s duvet. The aunt she never knew, the aunt never to be married, the aunt who for her as a child simply meant that huge crystal glasses collection preciously kept in a glass doors wardrobe at her grandparents antique house. Days of that week went by with some of those boxes being opened to salvage the green colored glasses she cherished so much.  And it took her days opening, rearranging and closing again boxes to realise that keeping such boxes closed for so long could mean she had not yet reached her place to be. As if it could mean, and show her every time her glance hit a shelf that she was still on the move, was still going ahead, had still other things and places to achieve. As if opening any of those boxes meant acknowledging that possibly nothing which really mattered would ever really change. And she was bound to be forever more or less where she started, minus some crystal handles broken along the way. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

The rain the land the sea

há dias em que adias tudo
days when one should only 
listen to the day itself
being that very day
this very one?

then a day would simply be
all the rains drops resting on grass and leaves 
the variety of spider's nets on trees and wees
the blooming of small pink flowers
that of tall redish ones
the rounded yellows
the surface of brown and green lawn tapestry
or even the aroma of orange trees

those days coul have been
the days Gaston loved so much
days for reading he would say
for to listen to anima
would also suspend itself
on letting all be
on letting the reading be
being only here and in all the other places which seized to be
no more. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

havia uma lágrima em cada estrela
e uma marca amarelada
na gola da pele de quem amara.

Havia um soluço no avesso de cada sorriso
uma carícia em cada ruga
e em outros tantos beijos
marcada uma súplica estava
pois no avesso de cada renúncia
uma dádiva brotara.

em outros dias
em tantos outros abraços
num brilho do beijo da morte
aprendia como amava...

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Albrecht Duerer - desenho de proporção feminina.

























Tanta poesia se recolhe na incompletude do gesto
tanto gesto nos dedos crespados
tanto silenciamento em teu olhar
tanta reminiscencia nas linhas
do teu corpo
na sinuosidade
de teu equilibrio
teu escudo resguardado
tua clara prontidão.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Jose Leonilson - poetry























One part of the town
is the path to your home
and the streets know it
they saw me passing by

the town knows it
and so does the time


Jose Leonilson, A cidade sabe e o tempo também,
drawing on paper, no date.
MAM collection: http://mam.org.br/acervo/1997-008-leonilson-jose/

Words translated by Ana Lucia Beck. 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

a aranha

Ela não era mãe. Seu corpo não conhecera a transformação das entranhas. Aquela súbita energia crescendo dentro de si sem ser sua. Não conhecera as dores do parto na carne. Tão pouco o êxtase da vida saindo de si, da vida cristalizada no olhar de seu filho recém-nascido. Ainda assim, pensava que não era difícil entender a aranha. A metáfora da aranha desenhada pela artista. A cada semana, às vezes até mesmo a cada três ou quarto dias, era relembrada sobre o sentido da dedicação que a artista atribuía à mãe tanto quanto à aranha. Ao passar dos dias na pequena casa que escolhera como lar após ter desistido de tudo que era seu meu até então. A cada retorno a pequena casa que cabia perfeitamente dentro de si própria. Pequena casa não mais sua nem menos do mundo do que cada outro quarto de hotel qualquer. A cada tentativa de limpeza, lhe marcava imperiosamente a dedicação das aranhas. Não que sequer reconhecesse a mesma dedicação em sua própria mãe, mas a cada semana, independentemente da vassoura ou da escova, do pano de chão ou do vinagre, em cada canto, em cada dobra do espaço, em cada esquecimento do dia a dia, lá estavam as teias novamente. As teias tecidas na dedicação constante, incansável de um fazer que instalava a cada dia o dia a dia ignorando a cada tentativa do que, ou de quem quer que fosse a retirá-las do lugar onde haviam se instalado. A dedicação era a constância. A dedicação era um viver que se construía em um fazer eterno. Um fazer contrário a todas as probabilidades. Um fazer além do todas as ameaças, de todo alijamento de seu direito de ser diligente. 

Louise Bourgeois, Spider, from the illustrated book, He Disappeared into Complete Silence, second edition. 2001–02. Seven of 17 evolving versions and states, plates. © 2013 Louise Bourgeois Trust. MOMA catalogue.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

To admit love is to conquer a fear. 
- Louise Bourgeois


















Louise Bourgeois photographed by Mathias Johansson in 1998.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

It rains by Ana Cristina Cesar

The rain falls.
The roofs are wet,
drops drain through the glazes.
The sky is white,
the time new, 
the city washed.
The afternoon noons down,
without the cicada’s chirruping
without bird’s joyous chants,
without the sun, without the heavens.
It rains.
The rains falls wet
in umbrella’s roofs.
It rains.
The rain falls rapidly,
in our eyes and wets.
The winds blow winded,
in the glazes which sway.
in the plants which unfold.
It rains in deserted beaches,
it rains in the sea which becomes grey,
it rains in the black pavement,
In rains in the hearts.
It rains in each soul,
In each haven it rains.
And when you gazed me in myself,
with eyes following me,
and as the rain felt,
in my heart your eyes’ rain
rained. 





























Translated by Ana Lucia Beck from Ana Cristina Cesar - Poetica, 2013, page 140. Written in November, 1965 and originally published in Ineditos e dispersos, 1985.
For more on Ana Cristina: http://www.ims.com.br/ims/explore/acervo/noticias/ana-cristina-cesar-caderno

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

sim, eu usava 
paulo leminski
para segurar ana cristina
tentando antever
a tradução possível
nas imagens de outro idioma
para as imagens dos teus.