O cansaço lhe tirava a fome
lhe roubava o desejo de alento
decidiu ater-se aos fatos,
cansada que estava de adjetivar a vida
havia dias em que lhe roubavam
a melodia dos pensamentos
de si escutava apenas o vazio
que reverberava no sofrimento alheio
o cansaço lhe impedia
de chorar
de sorrir
de sonhar
de dormir
este cansaço era apenas
vácuo da existência
quando cansava da vida
sentia-se confortável muito longe de casa
o cansaço lhe retirava
o sentido do meu, seu, teu
era tudo e todos ao mesmo tempo
percebia o cansaço
nos sorrisos alheios
naqueles dias
poucos “bom dia”
mudavam seu dia
respondia sorrindo
mas no fundo
emudecia
e tirava rugas do tecido da vida
com vapor quente
Ana, que lindo...
ResponderExcluirObrigada. Preciso dizer que não te esqueci, que é impossível fugir de ti!
Abraço.
Ana,estou ás lágrimas com teu poema. é assim que me sinto, diariamente...bjs.Tati
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